quinta-feira, 26 de junho de 2008

Os dados e fatos das drogas


A coca que não é a ‘cola’ mostra seus chifrinhos nos números de consumo de drogas no Brasil. Acompanhando os dados de toda a América Latina, o consumo de cocaína teve aumento relativo desde 2001 quando cerca de 0,4% dos brasileiros usavam essa droga. Em 2005, esse número subiu para 0,7%, o que corresponde a mais ou menos 870 mil pessoas, e essa tendência de aumento pode continuar. Com isso o país ganha o posto de segundo maior mercado de cocaína das Américas, perdendo somente para os Estados Unidos, onde o relatório revela 6 milhões de pessoas.

Tudo isso pode ser conseqüência da ação do tráfico em território nacional. O Brasil serve de passagem para as drogas vindas da Colômbia, Bolívia e Peru, que são destinadas a Europa. E a região de maior concentração desse tráfico é justamente os centros mais movimentados do país, o Sudeste.

Para piorar a situação, o Brasil ficou com o primeiro lugar na América do Sul no consumo de anfetaminas, que podem ser conseguidas, inclusive, com licença médica. Cerca de 0,5% da população entre 12 e 65 anos consome esses medicamentos, usados, por exemplo, na composição de remédios para emagrecer. E o ópio também mantém a mesma liderança, com os mesmos 0,5%.

Mas nem sempre nós somos primeiros em tudo. Quando o assunto é a droga mais consumida do mundo todo, a maconha, o Brasil fica bem abaixo dos outros países sul americanos, ocupando o sétimo lugar. Os campeões são o Chile (cerca de 7% da população entre 12 e 65 anos) e a Argentina (6,9%). A porcentagem brasileira é de 2,6% sobre a mesma faixa etária.

Com as tantas formas e meios de informações existentes hoje, eu me pergunto sobre o real fator para esses aumentos no consumo, seja no Brasil ou no exterior. Qualquer pessoa, tenha ela o mínimo de instrução, sabe os danos físicos e mentais que um consumo exagerado de droga pode ocasionar, sem falar no poder de vicio das mesmas. Será então que a sensação que a droga proporciona compensa seus maus?

Todo indivíduo tem o livre arbítrio, conseguido por natureza. Podemos fazer o que quisermos, desde que não interferimos na ordem ou atrapalhamos nossos semelhantes. Isso acaba por lembrar, então, daqueles velhos projetos de leis tornando legais certos tipos de substâncias, hoje ilícitas. Ora, acabar com o tráfico no Brasil hoje é missão impossível. Não seria uma solução mais plausível a legalização de certas drogas, cobrando devidos impostos, fiscalizando a produção e o comércio dessas. O próprio lucro da droga seria investido em controle, programas de conscientização e repressão aos outros tipos de drogas ilegais. O individuo poderia usar, mas seria responsável por todo o mal que essa ação poderia lhe ocasionar.

De início até achei essa proposta meio absurda, mas levando em conta nossa degradante situação, talvez essa seja uma das vias de melhora (claro que idéias melhores são mais bem vindas). E afinal, já existem países onde certas drogas são permitidas e que estão em situações muito mais relevantes que a nossa.

O caso é pensar soluções. O que não agrada é a maneira como a coisa tem caminhado. O tráfico só aumenta, os crimes também, e no final, quem sofre e paga a conta é o povo.

Um comentário:

Felipe F. disse...

é... talvez legalizar seja a melhor solução mesmo...