quinta-feira, 25 de junho de 2009

Alice no País das Maravilhas, por Tim Burton

Imagens do filme "Alice no País das Maravilhas", de Tim Burton. O filme irá estreiar em Março de 210.



















A UM JOVEM JORNALISTA

Como disse Chico Buarque,na música Juca,"delegado é bamba na delegacia,mas nunca fez samba, nunca fez samba,nunca viu Maria".Pois quem acabou com a exigência do diploma para o exercício do jornalismo,tal e qual o delegado da música,pode saber tudo de leis,mas não tem idéia do que seja a alma de quem decide ganhar a vida contando fatos da vida.Pois esse cara aí,quer quer viver contando a vida,vai para a escola de jornalismo aprender técnicas,regras e normas de conduta,para exercer bem seu ofício.
Esse cara também vai para a escola encontras,nas salas e nos corredores,montes de outros cidadãos que,como ele,escolheram aquele caminho.Nas salas e nos corredores,com os professores e mesmo sem eles,vão falar da profissão,de seus erros e acertos,de suas conveniências e inconveniências,de seus males e perigos,de suas frustrações e limitações,de suas dúvidas e significados.
Sozinho, o canudo é pouco,mas ele vale muito, porque unge um profissional que concilia talento,vocação e qualificação para praticar um ofício em que é muito mais fácil fazer o mal do que fazer o bem.Exercer o jornalismo sem exaustivas e cotidianas reflexões sobre o significado desse lugar na sociedade é como ser um cozinheiro que decorou a receita mas não sabe medir,a tempo e a hora,os ingredientes;é como ser um costureiro que olha para o molde,mas não consegue adequar aroupa ao corpo que deve vestir.
O diploma de Jornalista nada mais é do que a coroação de um processo que começa na infância,até de forma inconsciente,para chegar à escolha do curso e da profissão.Jornalista que se preza não resolver ser isso na vida de uma hora para outra.Dentro de casa,dá para saber qual menino tem em sua alma esse dom,quando ele atende ao telefone e anota os primeiros recados para a mãe e o pai.Recados de menino que vai ser jornalista é simples,de poucas palavras e fácil de ser entendido.É,também,sem erros gramaticais.Esse menino do recado,longe de ser menino de recados,sai por aí crente que vai mudar o mundo.Depois, vê como a engrenagem é lenta e pesada,mas ele teima e continua,ainda que tenha mil motivos para desistir.No dia-a-dia da profissão,vai lidar com notícias que valem milhão,e outras com bem menos cifrões,mas saberá dar a cada uma a importância que merece.
E vai saber contar com charme o que ele viu, às vezes,como preferia Nelson Rodrigues,até pelo buraco da fechadura.Na escola,no meio de seus iguais e orientado por outros jornalistas,vai aprender a discernir e a confiar em seu faro para encontrar a boa história.Vai, também,descobrir que os poros,além de olhos,nariz e ouvido,são um excelente caminho para exercitar a sensibilidade e deixar-se impregnar pelo fato.
Na hora de escrever,se tiver uma palavra simples e outra difícil,ele vai escolher a simples;se tiver duas palavras simples,vai escolher a menor.O seu texto,como diz o jornalista Humberto Werneck,vai ser iguala um macaco descendo da árvore,cheio de graça e leveza,porque o bom jornalista sabe que o maior desafio de um texto é ser lido.
O país vai continuar precisando de quem sabe ajuntar as palavras para formar frases e as frases para formar bons textos.E não pode abrir mão de gente que sabe,de fato,contar a vida com responsabilidade e compromisso com o direito da sociedade à informaçõ. ESSES SÃO OS JORNALISTAS.E OS OUTROS? AH,OS OUTROS VÃO FICAR POR AÍ COMEMORANDO O FIM DA EXIGÊNCIA DO DIPLOMA.

Maurício Lara

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Policiais que matavam são desmascarados em livro


Criada originalmente para combater guerrilheiros, a polícia militar se viu, a partir de meados da década de 70, sem inimigos declarados para combater. O número de mortes em supostos tiroteios, no entanto, aumentou cada vez mais desde então.

O jornalista Caco Barcellos em seu livro entitulado "Rota 66", criado através de pesquisas por vários anos tem causado pânico entre as corporações de São Paulo. Ele descobriu que os "tiroteios" não tinham nenhuma vítima fatal do lado dos policiais e lista o top20 dos maiores matadores da PM paulista.

Os policiais foram afastados da PM e Caco vem sofrendo ameaças de morte constantes. Isto não parece intimidar. Caco diz que se sente no dever de sempre proteger as reais vítimas da história.

Leia aqui a entrevista com Caco Barcellos sobre o livro.