segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Sentimento Inigualável de ser Campeão

Ser campeão é um sentimento inigualável. Só quem já foi um dia sabe o que se passa na cabeça. O torcedor não pensa em nada que não seja comemorar e gritar o mais alto que puder: “É Campeão!”. Quando o título demora a vir, o fã fiel não desiste. Ele luta contra as estatísticas, contra a matemática, contra o retrospecto. O time dele continua a ser o melhor, mesmo sem nunca ter acompanhado nenhuma vitória expressiva do mesmo. Afinal, torcedor nada mais é do que o puro e simples estado de paixão.

E essa paixão move montanhas, empurra toneladas, vence desconfianças e mantêm vivas as esperanças de um futuro melhor. Ser torcedor é uma arte, é um estado de espírito. Só quem viveu esses momentos extremos sabe o que isso tudo representa. Quem vence entra em completo êxtase, mas quem perde tem o poder de demonstrar sua fidelidade ao não abandonar sua equipe, assim como não abandona a um membro da família.

A fidelidade da derrota e o êxtase da vitória. Fico com os dois. E quem nunca viveu os dois? Em retas finais é que damos valor a tudo que esse esporte magnífico representa no nosso país e na mobilização que ele proporciona. Podemos não concordar com o resultado, ou não gostar de quem venceu. É válido, somos todos torcedores. Mas que a verdade seja dita, não há nada no mundo que consiga descrever o espetáculo da vitória. As lágrimas, os abraços, o grito preso na garganta que enfim alcança a imensidão.

Parabéns Flamengo, Vasco, América-MG, São Raimundo-PA, os campeões brasileiros de 2009. E que a temporada 2010 traga mais explosões, lagrimas e comemorações sempre pacíficas.



Obs: Completamente inaceitável os atos de violência e vandalismo ocorridos em Curitiba. Que sejam punidos os culpados e que o clube possa se reerguer e retornar ao seu lugar de direito. Espero que no país sede da copa de 2014 não se repitam os mesmos erros que sempre acompanharam o esporte no nosso país. Paz no esporte já! Pelo retorno da família aos estádios!

extraído do blog E a Vida Continua...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O velho eu

Ontem o velho e eu estávamos lá, frente a frente, no mesmo cinema, em busca dos mesmos filmes, sentados na mesma posição. Como dois seres absurdamente individuais, solitários. Com a mesma alma nobre, crítica e sentimental, observadores. O ambiente quente, as pessoas, os movimentos, os diferentes traços, tudo nos forçava a atenção e o olhar intrigante. O que muitos julgariam como desprezo ou curiosidade desmedida, é para nós um interesse incontido por pequenos aspectos da vida. Minha namorada, por exemplo, às vezes me toma por distraído ou por um mau caráter descarado que olha para toda fêmea ao lado. Mas não. São olhares que voam mais além, por interesses desprovidos de sexo, ambição, beleza (sem deixar de serem belos). São os mesmos olhos que olham o homossexual extravagante, a puta divertida, o mendigo desprezado. Olhares que detectam sinais de vida. E o velho... o velho... parece ter esse mesmo olhar. Talvez por isso, por ter sido mal compreendido, ele ainda esteja só.

Eu de camisa verde, calça jeans clara, meias cinzas, all star verde musgo novo, óculos de grau e cabelos desgrenhados. O velho de camisa social azul fosco sob um colete de lã chamuscado de marrom e cinza, calça caqui, meias pretas, sapatos pretos e gastos, óculos de grau e com sinais de uma rala calvície. Eu de barba preta nas faces. O velho de bigode espesso e branco. Eu e o velho com a mesma mau postura esculpindo uma corcunda.

Faceiro esse “mundo de deus” que com o tempo nos come. Faz do próprio ar que respiramos para manter a carcaça ativa um agente que com os anos transforma o que é vistoso em rugas. Balelas! A carcaça ativa nada vale nessa vida sem uma tempestiva mente colorida, que não envelhece com o tempo e sim se revigora. O velho estava lá, no mesmo lugar que eu, esperando pelos mesmos curtas toscos do mês e por que não com uma cabeça bem mais interessante que a minha? As noviças não olham o velho com desejo de pecado como olham – raramente, vai lá – para mim, apesar dos anos fazerem do velho um ser mais sabido que eu. Se falta em mim o conhecimento que sobra no velho, falta a ele a juventude que sobra em mim. Nhé velho, fundidos talvez fossemos melhores!

Mas o velho já foi jovem, aprontou das suas, trepou com as suas garotas, bebeu os seus porres, estudou o que tinha que estudar, trabalhou o que tinha que trabalhar, fez o que tinha que fazer e assistiu aos filmes que tinha que assistir. Opa! Mas o velho ainda não morreu. Ele ainda pode estudar, trabalhar, aprontar, beber, quem sabe trepar e, com certeza, ainda assiste a filmes. Besteira o homem achar que com os anos a vida lhe é limitada. Melhor é fazer das horas eternos estados elevados de vida.

O velho consultava o relógio a cada minuto. Não por pressa da vida acabar rápido, mas por ansiedade, pois já são quase seis e a entrada ainda não foi liberada. Eu tentava disfarçar essa ansiedade fingindo estar tranqüilo e não olhar muito para a mulher que retira a corrente das escadas e conferia o ingresso. O velho também tentava disfarçar da mesma forma e eu também consultava o relógio a cada minuto.

Coincidentemente, subimos as escadas juntos. Estranhei-me porque o velho não tinha o cheiro da sua idade, exalava um odor parecido com um perfume que eu gosto, mas que já não vende mais, Absinto. Onde é que você conseguiu esse perfume, velho? – perguntei. Ele levantou de leve a sobrancelha e deu um sorriso com os cantos da boca sem mostrar os dentes. E o curioso é que essa expressão é também minha.

Os curtas eram pobres. Vi na cara do velho que ele compartilhava da mesma opinião que eu. Assistimos quietos por fora e inquietos por dentro os quatro curtas pensando no final de cada um em ir embora, mas ficando esperançosos de que o próximo fosse melhor. Além do velho e eu, só havia mais duas pessoas na sala do cinema. Também pudera! Quem é que vai assistir à curtas?! O povo gosta é de carros explodindo, meninos voando em vassouras, sexo, coisas que só aparecem em Hollywood. Mas o velho e eu ainda tentamos, pseudocults.

O velho não usava bengalas. Saiu do cinema, olhou meio perdido para os lados e seguiu à direita – com a idade agente deve aprender a seguir os caminhos certos. Será? E eu, que também não uso bengalas, olhei para os lados e segui a esquerda com um andar muito parecido com o do velho, tentado descobrir por onde devo caminhar.

Eu tomei um chop e o velho tomou um café. Ou foi ele quem tomou o chop e eu o café. Confuso. Se eu não fosse tão realista até diria que aquele velho sou eu.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Alice no País das Maravilhas, por Tim Burton

Imagens do filme "Alice no País das Maravilhas", de Tim Burton. O filme irá estreiar em Março de 210.



















A UM JOVEM JORNALISTA

Como disse Chico Buarque,na música Juca,"delegado é bamba na delegacia,mas nunca fez samba, nunca fez samba,nunca viu Maria".Pois quem acabou com a exigência do diploma para o exercício do jornalismo,tal e qual o delegado da música,pode saber tudo de leis,mas não tem idéia do que seja a alma de quem decide ganhar a vida contando fatos da vida.Pois esse cara aí,quer quer viver contando a vida,vai para a escola de jornalismo aprender técnicas,regras e normas de conduta,para exercer bem seu ofício.
Esse cara também vai para a escola encontras,nas salas e nos corredores,montes de outros cidadãos que,como ele,escolheram aquele caminho.Nas salas e nos corredores,com os professores e mesmo sem eles,vão falar da profissão,de seus erros e acertos,de suas conveniências e inconveniências,de seus males e perigos,de suas frustrações e limitações,de suas dúvidas e significados.
Sozinho, o canudo é pouco,mas ele vale muito, porque unge um profissional que concilia talento,vocação e qualificação para praticar um ofício em que é muito mais fácil fazer o mal do que fazer o bem.Exercer o jornalismo sem exaustivas e cotidianas reflexões sobre o significado desse lugar na sociedade é como ser um cozinheiro que decorou a receita mas não sabe medir,a tempo e a hora,os ingredientes;é como ser um costureiro que olha para o molde,mas não consegue adequar aroupa ao corpo que deve vestir.
O diploma de Jornalista nada mais é do que a coroação de um processo que começa na infância,até de forma inconsciente,para chegar à escolha do curso e da profissão.Jornalista que se preza não resolver ser isso na vida de uma hora para outra.Dentro de casa,dá para saber qual menino tem em sua alma esse dom,quando ele atende ao telefone e anota os primeiros recados para a mãe e o pai.Recados de menino que vai ser jornalista é simples,de poucas palavras e fácil de ser entendido.É,também,sem erros gramaticais.Esse menino do recado,longe de ser menino de recados,sai por aí crente que vai mudar o mundo.Depois, vê como a engrenagem é lenta e pesada,mas ele teima e continua,ainda que tenha mil motivos para desistir.No dia-a-dia da profissão,vai lidar com notícias que valem milhão,e outras com bem menos cifrões,mas saberá dar a cada uma a importância que merece.
E vai saber contar com charme o que ele viu, às vezes,como preferia Nelson Rodrigues,até pelo buraco da fechadura.Na escola,no meio de seus iguais e orientado por outros jornalistas,vai aprender a discernir e a confiar em seu faro para encontrar a boa história.Vai, também,descobrir que os poros,além de olhos,nariz e ouvido,são um excelente caminho para exercitar a sensibilidade e deixar-se impregnar pelo fato.
Na hora de escrever,se tiver uma palavra simples e outra difícil,ele vai escolher a simples;se tiver duas palavras simples,vai escolher a menor.O seu texto,como diz o jornalista Humberto Werneck,vai ser iguala um macaco descendo da árvore,cheio de graça e leveza,porque o bom jornalista sabe que o maior desafio de um texto é ser lido.
O país vai continuar precisando de quem sabe ajuntar as palavras para formar frases e as frases para formar bons textos.E não pode abrir mão de gente que sabe,de fato,contar a vida com responsabilidade e compromisso com o direito da sociedade à informaçõ. ESSES SÃO OS JORNALISTAS.E OS OUTROS? AH,OS OUTROS VÃO FICAR POR AÍ COMEMORANDO O FIM DA EXIGÊNCIA DO DIPLOMA.

Maurício Lara

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Policiais que matavam são desmascarados em livro


Criada originalmente para combater guerrilheiros, a polícia militar se viu, a partir de meados da década de 70, sem inimigos declarados para combater. O número de mortes em supostos tiroteios, no entanto, aumentou cada vez mais desde então.

O jornalista Caco Barcellos em seu livro entitulado "Rota 66", criado através de pesquisas por vários anos tem causado pânico entre as corporações de São Paulo. Ele descobriu que os "tiroteios" não tinham nenhuma vítima fatal do lado dos policiais e lista o top20 dos maiores matadores da PM paulista.

Os policiais foram afastados da PM e Caco vem sofrendo ameaças de morte constantes. Isto não parece intimidar. Caco diz que se sente no dever de sempre proteger as reais vítimas da história.

Leia aqui a entrevista com Caco Barcellos sobre o livro.


quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Frases inesquecíveis no mundo do Futebol"

"O nosso milionário futebol mostra que a cultura é deixada de lado, enquanto os jogadores, treinadores e cartolas agem no campo." Ousei em postar no nosso blog estas pérolas ditas por eles e ousei em tecer alguns comentários no fim. Acompanhem:

'Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG.'(Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família quando emexcursão à Europa) - Nossaaaa... que surpresa heim!

'Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana.' (Nunes, ex-atacante do Flamengo, em uma entrevista antes dojogo de despedida do Zico) - Nunes, meu amigo, isso foi profundo cara, chorei aqui!

'Que interessante, aqui no Japão só tem carro importado.' (Jardel,ex-atacante do Grêmio) - Ô... por que será?

'As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe.'(Dunga, em entrevistaao programa Terceiro Tempo) - Não seria vencer e convencer?

'Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja.'(Jardel, ex-atacante do Grêmio) - Legal, um, dois, três... alguém deve ser mudo!

'O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom.' (Souza, meio-campo doSão Paulo, em uma entrevista ao Jogo Duro) - Sem comentáriosss

'A partir de agora o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto.'(Jogador Fabão, assim que chegou no Flamengo) - Deus do céu!

'Eu peguei a bola no meio de campo e fui fondo, fui fondo, fui fondo e chutei pro gol.' (Jardel, ex- jogador doVasco e Grêmio, ao relatar aorepórter o gol que tinha feito) - Esse fondo tá em que tempo verbal? Desculpe minha ignorância, é porque fugi da escola!

'A bola ia indo, indo, indo... e iu!' (Nunes, jogador doFlamengo dadécada de 80) - Iu? pra onde?

'Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.'(Claudiomiro, ex-meia do Inter de Porto Alegre, ao chegar em Belém doPará para disputar uma partida contra o Paysandu, pelo Brasileirão de72) - essa foi foda! Agora imaginem se ele tivesse nascido lá! Jesus dançando o Brega e o Calypso....putz!!!!

'Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.' (Bradock,amigo de Romário, reclamando de um passe longo) - por que? - por acaso ele só tem um? Foda também!

'No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente de 15 em 15dias.' (Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos) - Semaninha grande esta heim....

'Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.'(Jardel, ex-atacantedo Vasco, Grêmio e da Seleção) - kkkkkkkkkkkkkkkk

'O meu clube estava a beira do precipício, mas tomou a decisão correta, deu um passo a frente.'(João Pinto, jogador do Benfica dePortugal) - Bem feito! Caíram todosss, ê português!

'Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar.'(Zanata, baiano, ex-lateral do Fluminense,ao comentar sobre ahospitalidade do povo baiano) - ouvi dizer que eles adoram um hospital, por favor né amiguinho!

'Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático.' (Vicente Matheus, eterno presidente do Corinthians) - O que foi isso? rsrsrsrs

'O difícil, como vocês sabem, não é fácil.' (Vicente Matheus) - ô... sabia não!

'Comigo ou sem migo o time tem que jogar (Rivellino) - pô Riva! essa doeu!

'O Sócrates é invendável, inegociável e imprestável.' (VicenteMatheus, ao recusar a oferta dos franceses) - Coitado do Doutor Sócrates, ele é bom caráter pô!

'Isso é uma faca de dois legumes' (Wladimir do Corinthians) - Acho que entendi. Dois legumes compraram a faca! É isso?

Sem dúvida, o Jardel e o saudoso Vicente Matheus disputam o título de maior número de pérolas.

Por: Márcio Sabones

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ana Paula Padrão recusa salário menor e deixa o SBT, diz coluna
Publicidade - da Folha Online

O contrato da jornalista Ana Paula Padrão com o SBT, que vence na próxima quinta-feira (30), não será renovado pela emissora. A informação é da coluna "Ooops!", do UOL.
A jornalista Ana Paula Padrão foi contratada pelo SBT em 2005
De acordo com informações da coluna, a última conversa entre a apresentadora e a direção da emissora ocorreu há cerca de um mês, sem acordo.
O SBT só renovaria o contrato caso Ana Paula aceitasse ancorar um telejornal de segunda a sexta. Essa seria a condição para a jornalista continuar fazendo o "SBT Realidade".
Ainda segundo informações da coluna, durante a conversa, Silvio Santos ofereceu à apresentadora um salário bem menor ao atual, de cerca de R$300 mil. Pela nova proposta, o salário cairia para R$ 100 mil.
Ana Paula Padrão ficou no SBT durante quatro anos.
Agora, especula-se que a Record tenha interesse na jornalista. A emissora nega ter feito qualquer proposta.

Só há uma pergunta a fazer... Quem de nós gostaria de substituí-la???
Não se esqueçam que o salário será BEM menor do que o dela; apenas R$100,00 MIL reais!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

exPRESSA

Sozinho, tomo café expresso no cerco bibliográfico de uma livraria de paredes de vidro transparentes e com aquele cheiro gostoso de papel novo e saber. Deixo ao lado os dois livros que me prendem a atenção e passo a ver os passos atormentados dos transeuntes de uma segunda feira gorda. Hoje a pressa é coisa que me é limitada pela ressaca de uma madrugada repleta de agitações ébrias que muito me agradam. Pode ser que me perca em devaneios ou pode ser que me chamem a atenção. “Senhor, mais um café? Sim, por favor. Obrigado.” Nessas horas eu pouco me importo com o mal que a cafeína confere a minha gastrite, principalmente depois de algumas doses quentes de absinto nacional. A única coisa que me interessa agora é essa sensação de ver passar os passos apressados dos meus amigos homens. Figuras exóticas, outras não. Ternos e gravatas, bermudas e chinelos, rua, um lugar de eternas contradições. Altos e baixos, bonitos e feios (se é que isso realmente exista), gordos e magros. Mas sempre os mesmos passos. O mundo parece caminhar à tona de toda essa correria e eu aqui, perdido no achado de minhas confabulações com ou sem sentido. Porque não um olhar distraído e hálito quente de café ao invés de passos? Mamãe certamente me diria, no auge da sua vida de caminhadas, que há ocupações maiores e melhores que carecem nesse momento de minha atenção. Mas não. Preciso desse momento à parte de tudo o que me cerca. É como ir ao cinema sozinho só para dormir no meio da sessão. Como ficar na janela olhando as folhas das árvores balançarem. Momentos socialmente perdidos. Já reparou que quinze minutos só e descompromissado parece a eternidade de um dia? Pois bem, esses momentos prolongam a vida. Fazem-me por um curto estilhaço de tempo me sentir mais eu, mais individuo e menos social e coletivo, menos passos. A partir de um momento a vista embaça, os movimentos ganham as proporções de um quadro futurista, repleto de cores que deixam traçados feitos à rapidez. Esse jogo me confunde, é fluido demais para minha visão. A única coisa que consigo discernir no meio dessa confusão é um sujeito aos trapos, barba grande, vestimentas rasgadas e pé no chão. Anda livremente, sem pressa, com uma sacolinha de lixo na mão. Parece comer uma fruta, que possivelmente foi rejeitada por alguém que às vezes reclama ter fome. O sujeito me chama a atenção, torna-se o foco do meu quadro futurista, não como alvo do espetáculo, mas como diferencial. Seus passos de pés sujos no chão frio não parecem seguir a ordem do racionalismo apressado, quente e limpo. Ele é a tudo isso, um alienado. Mas quem estará errado? Os passos lentos ou os apressados? Começa a chover, os passos somem e eu paro de ver meu mundo. Hora de ir, num caminhar lento, recebendo a chuva com graça, sem medo de se molhar, com dois livros debaixo da blusa e sem os 35 reais que serviriam para eu almoçar durante os dias da semana. Calçado, de roupa limpa e barriga cheia o mundo parece normal na ordem dos apressados.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fidel dá a luz


Fidel Castro apareceu depois de tanto tempo afastado por problemas de saúde.Eu achava que ele já até havia deixado esse mundo.Mas, além desta foto, publicada pela presidência argentina,pronunciou a respeito do posto de Obama e sobre o seguimento do regime após sua morte.Sempre que leio algo sobre Fidel,me vem na lembrança palavras de um antigo amigo "eu quero ver quando Fidel morrer,ele é uma das pessoas que mais demoram depois da Dercy, é claro".

domingo, 18 de janeiro de 2009

Relacionamento (por Arnaldo Jabour)

Sempre acho que o namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim.Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:

- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há um tempo...
- Cinco anos... que pena... acabou...
- é... não deu certo...Claro que deu!

Deu certo durante cinco anos, só que acabou.E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.´Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?E não temos essa coisa completa.

Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.

Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.Pele é um bicho traiçoeiro.Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê piti. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar...ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa realmente gostar, ela volta.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Reforma Ortográfica - Desabafo

Por Conrado Moreira

Não considerem esse artigo nenhum manifesto político-sócio-antropológico-econômico-étnico, até porque ele não tem praticamente embasamento nenhum em nada. É um desabafo, e só.

Até repito a palavra pra depois não dizerem que não avisei

Desabafo:

Reforma ortográfica pra quê? Pra unificar os países lusófonos. Insisto: pra quê? O português é a única das línguas mais faladas no mundo que tem grafias diferentes. E o Quico? O Quico, o Chaves, ou o Professor Lingüiça?

Falando no nobre professor, coitado, tenho até que interromper meu raciocínio, e Deus-nos-acuda depois pra retomar: A tal reforma vai mudar até o nome do Mestre Girafales: Linguiça! Linguiça, que rima com preguiça. É a derrocada da cultura mexicana brasileira.

Voltando aos lusófonos. Unificar o que meu Deus?! Há muito tempo a gente fala uma língua diferente dos lusitanos e dos outros, com os nossos mineirêses, carioquêses, bahianêses e miguxêses. Lá eles pegam o rabo da bicha quando vão ao banco, e se protegem de doenças como a AIDS e a gravidez usando durex. E eu vô lá querer me unificar com esse povo? Naninanão.

Unificação com eles seria o fim das piadas de português, e isso não rola. Quantos humoristas pais de família perderiam seus empregos? Quanto da produção nacional não cairia, com o fim da próspera e tradicional indústria das piadas de português? “Nunca na hiftória defe paíf fe viu crive tão grave na alegria do povo bravileiro” – já até imagino o companheiro Lula lamentando a crise.

E tem mais. Abra a wikipedia e some as populações dos países lusófonos. Arredondando tudo pra cima generosamente, dá uns 40 milhões (estimando a população de Moçambique, que pelo jeito não tem IBGE). Isso quer dizer que menos de vinte por cento da população lusófona não é brasileira, meu povo! Oitenta por cento de Josézes, Joãozes e Marias. Só uma meia dúzia de Manoelzes ou Joaquinzes. Somos tão numerosos quanto os americanos que odeiam o Bush!

Vamos ter que investir grana pra trocar dicionários e gramáticas. Ao invés de construir casas, hospitais, banheiros públicos, bancos de praça e churrasqueiras. E pior: todos vamos ter que pegar emprestado comprar novas versões pirateadas do Windows XP, com o corretor ortográfico atualizado. Ninguém me perguntou o que eu achava da reforma, e eu é que fico com o prejuízo.

Pra finalizar, não sou só eu que penso assim não. Professor Pasqualli Pasqualy Pasquale também. Falou da reforma na TV com a mesma revolta, usando muitos eufemismos, lógico, porque ele não é bobo que nem eu.

Cabei.

*Texto publicado originalmente no Blog Notícias do Exílio

domingo, 4 de janeiro de 2009

Reforma ortográfica

Entram em vigor esse ano as novas regras de ortografia da língua portuguesa. Essa medida foi tomada no Brasil e nos outros sete países em que a língua portuguesa é a oficial, com o objetivo de unificá-los.

Dentre as novas regras, encontram-se as seguintes:
  • o alfabeto, antes com 23 letras, passa a ter 26 (entram k, w e y);
  • A trema desaparece em todas as palavras;
  • Some o acento diferencial.
Ocorrem também outras mudanças na acentuação e nas regras do uso do hífen. Para ver todas as mudanças feitas, acesse: http://g1.globo.com/jornalhoje/download/0,,4339-1,00.pdf (guia rápido do portal G1).

As opiniões divergem sobre o assunto, mas a única coisa que posso dizer é que uma mudança que veio para descomplicar a escrita pode acabar complicando-a ainda mais. De qualquer forma, nós, como futuros profissionais da Comunicação, temos que ficar ligados nessas novas regras.