sexta-feira, 22 de julho de 2011

Centro Cultural Bernardo Mascarenhas.


Editoria: Cultura
por: Ana Luíza Benatti, Ana Luíza Rezende e Michelle da Silva

Para homenagear a cidade e suas belezas históricas o programa de hoje traz, no campo da cultura, um símbolo juizforano: o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas.

Símbolo do pioneirismo industrial, a antiga fábrica de tecidos Bernardo Mascarenhas, graças à mobilização de artistas, escritores e jornalistas, foi transformada em mil novecentos e oitenta e sete em um amplo centro cultural.

Seguindo a proposta inicial o espaço abre suas portas para as diferentes manifestações artísticas e culturais de Juiz de Fora e região. Capoeira, percussão, oficinas, palestras, reuniões, teatro e shows musicais, sem esquecer da eclética mostra de exposições, que sempre trazem novidades e valorizam a nossa cultura.

Conversamos com Guy Schmidt, o diretor do CCBM, sigla pelo qual o centro também chamado, e ele nos contou um pouco mais da dinâmica do local.

SONORA 1 : O QUE É O CCBM (20seg)

Inserido na lista dos patrimônios mais populares do município, o Centro Cultural oferece à comunidade galerias de arte, anfiteatro, videoteca e salas de aula, além de corredores para realização de eventos.

Cursos também são constantemente oferecidos, e Guy Schmidt também comentou sobre eles.

SONORA 2: CURSOS DE FORA, DIVULGAÇÃO E CUSTOS (31seg)

Para quem quer aproveitar e conferir o que está acontecendo no CCBM, Guy Schmidt dá uma dica e fala das exposições que estão em cartaz.

SONORA 3: EXPOSIÇÕES ATUAIS (21seg)

Vale lembrar que o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas é aberto o público de terça-feira à sexta-feira, de nove da manhã às nove da noite e aos sábados e domingos, das dez da manhã às quatro da tarde.

O CCBM fica na Av. Getúlio Vargas, duzentos, centro. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (32) 3690-7051 e (32) 3690-7052.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Senador Itamar Franco é velado em Juiz de Fora

Corpo do ex-presidente chegou à cidade por volta de 10h. Na segunda-feira seguirá para Belo Horizonte

por Carolina Peralta, Débora Cabral, Giovane Rezende, Joicy Alves e Marília Dutra




Velório do senador Itamar Franco na Câmera Municipal de Juiz de Fora - MG


O corpo do senador Itamar Franco chegou a Juiz de Fora - MG por volta das dez horas da manhã deste domingo (3) e está sendo velado na Câmara Municipal. De acordo com o Sargento Esteves, o esquema de segurança na cidade foi ativado às seis da manhã. Policiais militares fizeram vigília nas ruas que levam ao Parque Halfeld, onde fica a Câmara, restringindo a passagem de carros apenas a moradores daquelas ruas.


Nos arredores da Câmara Municipal, muita movimentação popular. Por todo o dia, a fila para entrada no velório permaneceu longa. Muitos acompanharam pelo lado de fora, assistindo a políticos de visibilidade nacional e municipal visitando o local para se despedirem de Itamar. A petista e possível candidata à prefeitura de Juiz de Fora, Margarida Salomão, foi aplaudida pelas pessoas quando saiu da Câmara por volta de 13h. Pouco depois, sob vaias, deixou o local o atual prefeito Custódio Mattos. Mais tarde, às 14:30, quem apareceu também foi o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Henrique Duque.



Esquema de segurança e visita da população ao velório de Itamar Franco

Para o engenheiro civil Marcos Ferreira de Andrade, que seguia a fila para a visita, Itamar Franco é uma grande perda para a população._ Para Juiz de Fora é uma perda maior ainda. Perdemos nosso político de maior expressão, que tivemos a sorte de ter. Não vamos ter tão cedo uma pessoa com tanta importância, tanta competência.


Clique aqui e veja a carreira política de Itamar Franco


Itamar Franco morreu na manhã de sábado (2) aos 81 anos, vítima de leucemia. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein. O corpo seguirá de Juiz de Fora a Belo Horizonte na manhã de segunda-feira (4) para ser velado também no Palácio da Liberdade e depois ser cremado. As cinzas serão levadas a Juiz de Fora e colocadas junto ao túmulo da mãe do ex-presidente. A Presidência da República e Juiz de Fora decretaram luto oficial de sete dias.


Veja o vídeo da movimentação em torno da Câmara Municipal de Juiz de Fora

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Grafite divide opiniões em JF

Maréria por Felipe F. | Felipe T. | Pablo Abreu | Emilio Silva | Renan Vieira

Juizforanas caminham por ruas cobertas por grafites

Traços psicodélicos
, letras trabalhadas, caricaturas, diversas temáticas e muitas cores marcam as ruas juizforanas desenhadas pelo Grafite. Apesar de seus primórdios datarem do Império Romano, só recentemente o movimento se popularizou e, por isso, carrega uma gama de discussões e opiniões divergentes. A principal delas é na definição do próprio estilo como uma manifestação artística, ou como simples ato de vandalismo.

“Eu sou a favor do grafite de coisas bonitas. Agora pichação em placas eu sou bem contra. Atrapalha a nossa vida, a gente não consegue ler as placas”, comenta o servente público Matias Aman.

“Melhor assim do que uma parede branca, acho mais criativo quem tem o talento pra fazer esse tipo de desenho”, diz o estudante Luiz Augusto Alves.

Eminentemente urbano, o grafite está nos pontos de ônibus, nos muros, paredes e até mesmo na decoração de alguns ambientes. Os grafiteiros, como são conhecidos seus praticantes, usam o espaço público para expor ou manifestar algo através de um desenho feito à mão livre e com tinta spray em lata.

“A cidade é o espaço, é o suporte do grafite e cabe a cada grafiteiro explorar isso da maneira como quiser, da maneira mais criativa possível”, explica o grafiteiro Frederico Rabelo. O problema é que nos mesmos locais onde é praticado o grafite, também se desenvolve a chamada pixação, e a confusão de onde termina um e começa o outro é carente de respostas concisas. (Veja mais sobre o assunto aqui)

Para o estudante de Filosofia Diego Roberto o grafite representa um meio para se comunicar algo à sociedade. “Na nossa sociedade hoje o grafite tem um papel muito importante, porque é uma sociedade onde o indivíduo não tem espaço pra se expressar. E acaba que cada parede branca se torna um lugar para ele mostrar a sua opinião”, diz o estudante.

Apesar das várias manifestações espalhados pela cidade, Frederico comenta que em Juiz de Fora a cena do grafite e da cultura urbana são pouco praticadas, mas que tem potencial e necessidade de crescer. Além disso, a atividade na cidade tem o incentivo da prefeitura que cedeu um espaço acima do mergulhão para a prática do grafite e tem atividades escolares de incentivo e legalização dessa manifestação. Tudo isso significa que as ruas da cidade ainda serão muito coloridas pelas tintas dos grafiteiros juizforanos.

Assista ao video com a entrevista com o grafiteiro Frederico Rabelo:

Informe-se mais em:

Grafiteiros homenageiam vítimas de massacre em escola de Realengo, no Rio


Grafite e pichação: painéis urbanos a céu aberto

Grafiteiros russos tiram as cores do Kremlin

Legislação define pichação como crime e isenta Grafite, mas assunto gera discussões

Grafite x pichação: Como disingui-los?

Controvérsias ainda mal explicadas fomentam as discussões sobre o que é o grafite e o que é a pichação. Desde 26 de maio, quando foi publicada no Diário Oficial da União a lei que diferencia as duas atividades Art. 65 Da Lei No. 9.605/98), ficou estabelecido que o grafite é permitido e que a pichação é crime. Ainda assim, o limite entre um e outro é de difícil definição.

Pela lei anterior, tanto pichar quanto grafitar eram considerados crimes. Agora o grafite é descriminalizado e, quando tem o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado, é designado como uma “manifestação artística”. A pichação continua na mesma situação legal anterior, sendo considerado crime.

A legislação vigente a partir de maio também proíbe a venda de tinta spray para menores de 18 anos, e mesmo os maiores de idade deverão apresentar documento de identidade para a compra do produto. A idade mínima deve estar inscrita na lata da tinta, assim como os dizeres de que pichação é crime.

Apesar da lei, o assunto ainda é polêmico. “O que faz um ser alta cultura e outro ser baixa cultura, uma vez que essa questão de mostrar a opinião vale para os dois”, questiona à sociedade o estudante de Filosofia da UFJF Diego Roberto. Segundo ele, se os dois pretendem expressar algo, o que faz com que um seja crime e outro não?

A resposta da legislação é que a pichação tem um caráter destruidor e visa danificar o patrimônio público ou privado, enquanto o grafite não. Mas as interpretações sobre as duas práticas podem render boas horas de discussões.

A pena de detenção para pichação varia de três meses a um ano. Segundo a polícia militar, quem é pego realizando a atividade é detido e responde a processos, mas não há levantamentos sobre o número de incidentes na cidade.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Universidade Federal de Juiz de Fora gera aquecimento do setor imobiliário da cidade


 Todos os anos, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebe estudantes de várias regiões do Brasil. Dependendo da localidade de origem, o deslocamento diário até a cidade é inviável e o universitário precisa sair do seu município e instalar-se em Juiz de Fora para cursar a faculdade. Além da movimentação do setor econômico, a vinda dos acadêmicos para a cidade gera grande aquecimento do mercado imobiliário, principalmente nos meses que antecedem o período letivo da Universidade, no primeiro e segundo semestres.
 Em 2011, com a volta do chamado Vestibular de Inverno da UFJF, a mudança de estudantes para o município na segunda metade do ano deverá ser ainda maior. Isso porque, além dos aprovados no vestibular tradicional e no Programa de Ingresso Seletivo Misto (PISM), que ingressarão nos cursos de graduação no segundo semestre, mais 90 vagas serão oferecidas nas faculdades de física, matemática e química da Universidade.
 A crescente demanda por imóveis em Juiz de Fora faz com que, atualmente, alguns estudantes já venham enfrentando dificuldades para alugarem imóveis e se instalarem na cidade.
  
Você pode ouvir as dicas de um dono de uma imobiliária e de uma consultora de aluguel 





Cadastro para hospedagem é oferecido pela UFJF


Para receber os alunos que ingressam todos os anos nos 35 cursos oferecidos, a Universidade se prepara e oferece auxílios estudantil e psicossocial, necessários aos acadêmicos.
Através da Coordenação de Assuntos Estudantis (CAE), que atua como gestora das políticas de assistência, a instituição disponibiliza um cadastro de vagas, para estudantes ou candidatos ao vestibular, em casas de família, pensões ou repúblicas. O objetivo é facilitar a vida dos vestibulandos e graduandos, vindos de outras cidades, para que encontrem hospedagem em Juiz de Fora.

Saiba o que diz a psicologa da CAE: clique aqui


Além do cadastro de vagas, a CAE disponibiliza aos alunos da UFJF o programa de Apoio Estudantil. Dentre as modalidades, a de moradia, que é destinada exclusivamente aos acadêmicos oriundos de outras localidades, oferece a esses um valor mensal para pagamento de aluguel na cidade.

 Para mais informações sobre como encontrar um lugar para morar em Juiz de Fora acesse:
http://www.ufjf.br/cae


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

no bar de papo...

ninguem conversa e, principalmente,
ninguem bebe

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

TORNEIO INTERPERÍODOS 2010/2

Outra vez a história se repete

MPB é eliminado com a sua pior participação em torneios

Triste realidade, entra período, sai período, e a história se repete. Mais uma vez o MPB é eliminado de forma precoce do Torneio Interperíodos. Na edição de 2010/2º atuações patéticas combinadas com adversários bem preparados, outros nem tanto, resultaram em mais uma frustrante queda.

O craque Felipe Tosetti não rendeu o esperado durante todo o campeonato, se escondendo em vários momentos dos jogos, mas protagonizando discussões calorosas com o companheiro de clube Emílio. O jogador veterano foi outro que não soube valer de sua experiência, além de não ter realizado a curtíssima pré-temporada com a equipe, novamente se apresentou muito acima do peso, fatos que não mexeram com o ego do atleta. Na última e decisiva partida Emílio não teve a humildade de aceitar uma substituição ainda no primeiro tempo, abandonando o time no intervalo do jogo. Tal atitude desestabilizou ainda mais a equipe e provocou uma reação em cadeia com ameaças de abandono de outros atletas como Vitor Vizeu e Giovane, tendo o último chegado a sair de quadra. A reação que a essa altura já parecia improvável, até ocorreu, mas sem muitos méritos, já que do outro lado estava o time mais vazado do torneio.

Para fechar com chave de ouro, ou melhor, de lata, um erro grave dos juízes ao não marcarem uma penalidade, levou ao extremo o nervosismo de grande parte dos jogadores, tendo ocorrido inclusive novas ameaças de abandono. Com o fim da partida e o resultado negativo o clima com a arbitragem esquentou ainda mais, quase chegando às vias de fato.

Agora dúvidas permeiam a cabeça dos atletas do MPB, que deveriam voltar as origens de sua fundação e assumir a faceta fanfarra do time, que serviria apenas de desculpa para uma reunião de amigos regada a muita cerveja? Fato que raramente foi consumado. Mas os jogadores são insistentes, as velhas promessas ressurgem: treinos mais freqüentes, confecção dos uniformes e reforços para a próxima temporada são algumas delas. É que, talvez, influenciados pelo Mestre Aluizio XXX e pesquisador frânces Guy Debord, os atletas do MPB prefiram permanecer em um mundo de espetáculo, fantasioso, do que encarar a dura realidade fragmentada a que enfrentam. Então, que venha o torneio Interperíodos 2011/1º.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O MATRIX TUPINIQUIM

Antes de mais nada, devo confessar que, assim como milhares de outros brasileiros, deixei-me levar pela onda do “Chico Xavier”. O filme que conta a vida e a obra do médium, convence que, crenças à parte, a doutrina desse homem levou conforto e caridade a muitos corações aflitos. Ponto pra ele e pro tal do espírito amigo que fica soprando peripécias no ouvido do Chico o filme todo.


A tacada de mestre é que antes do bom “Chico Xavier” é exibido o trailer de “Nosso Lar”. Este sim, uma obra e tanto. Escrito por um espírito, o André Luiz, e psicografado pelo Chico Xavier, o filme conta como é o lado de lá, isso mesmo, o nosso lar. O capricho do trailer me levou à sala de projeção e diante da telona, fechei um acordo com o André Luiz, com o Chico e com o diretor do filme, o Wagner de Assis e me propus a entrar na história que eles estavam contando. Foi aí que tomei uma rasteira de outro mundo, com perdão do trocadilho tosco.

Primeiro, o médico recém falecido, André Luiz passa por uma espécie de purgatório, onde espia seus pecados e sofre para descontar as besteiras na vida mundana. Eis que surge então uma “equipe de resgate” vestida de branco, com aquela luz toda emanando do corpo e resgata André Luiz. Ele é levado, então ao “Nosso Lar”. É aí que começa o meu tombo. Incrédulo (ou seria são?), André Luiz não se conforma em beber uma água que alimenta sua alma, tampouco em ficar deitado numa cama sob uma luz verde, capaz de curar as mazelas causadas pelo sofrimento no tal do purgatório. O problema, é que, por fim, ele se acostuma...

Curado, ele sai para passear no paraíso e aí, meus caros, descobrimos que o paraíso do André Luiz seria o inferno astral do Lênin e do Marx, entre outros amigos desses caras. O céu é dividido em ministérios – sim, com ministros e tudo. Tem até fila para falar com eles. O que consola a nós, aspirantes a jornalistas, é que lá tem um Ministério das Comunicações! Emprego certo no céu! Parece ridículo, mas é isso mesmo. Também no céu você precisa ter um emprego. Esse negócio de descanso eterno é pura balela. Dá pra imaginar que pra se comunicar com a família, dar uma voltinha no mundo dos vivos, ou até ter uma casa no “Nosso Lar” o André Luiz teve que trabalhar para ter créditos e comprar essas coisas todas? Misericórdia divina, que nada, no reino dos céus o que vale mais é o “uma mão lava a outra”. Além de purificar a alma no purgatório, o espírito tem que ralar uma eternidade, se não, sem essa de reencarnar, comer, beber, quanto menos se comunicar com a família... Descobre-se assim, que Deus é burguês, é capitalista e não gosta de oposição, já que toda e qualquer pergunta é respondida com um vago “na hora certa você saberá.”

Mas para quem pensar que o burgo divino são só mazelas, lá, os espíritos aprendem a materializar novas roupas, podem acessar, através de um aparelho parecidíssimo com um notebook, as orações destinadas a ele e passear de nave movida a eletromagnetismo por todo o território ao qual a alma tem acesso, numa jogada meio “George Lucas” do diretor.

Emocionante (sem ironia aqui), um dos ministros anuncia por videoconferência a Segunda Guerra Mundial, o que provocou uma superlotação no hospital do céu. Pode parecer engraçado, mas Wagner de Assis soube mostrar como as atrocidades cometidas pelo homem são absurdas e causam demasiado sofrimento – até no paraíso.

Também André Luiz sofreu quando – depois de muito trabalho, claro – conseguiu permissão para dar um passeio na casa onde morava. Céticos (ainda bem!), seus familiares não acreditavam muito nessas coisas de espírito. Só a empregada da casa conseguiu sentir sua presença por lá e disse a ele: “vá com Deus, senhor André”.

De volta ao “Nosso Lar”, ajudando a cuidar dos milhões de judeus que estavam chegando, André Luiz entrou no ritmo do céu. Ele aquietou sua alma e parou de perguntar, aprendeu a andar na nave eletromagnética, a acessar suas orações sozinho e com todo esse bom comportamento, caiu nas graças de Deus e foi nomeado médico do hospital divino, uma carreira celeste! Com todo esse esforço, André Luiz fez um pé de meia grande o bastante para comprar o direito de ditar vários livros para o Chico Xavier. O Chico escreveu e o Wagner de Assis filmou. Eu, assisti.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

INTERPERÍODOS MÁRCIO GUERRA

Missão “quase” impossível
MBP luta para não cair logo na primeira fase do torneio


Após a frustrante eliminação da seleção brasileira na copa do mundo nesta última sexta-feira, as atenções agora estão voltadas para o torneio Interperíodos Marcio Guerra 01/2010. Dessa vez é o MPB que tem a difícil missão de se manter vivo na competição. Após péssimas atuações, para se classificar é preciso que o time tenha hoje uma atuação impecável diante do Nova Geração. Além de torcer por uma derrota do Ressaca no outro jogo, ainda é preciso tirar uma diferença de saldo de dez gols.

A má fase da equipe tem sido atribuída principalmente a ausência do goleador Emílio, vice-artilheiro do torneio anterior, mas que ainda não entrou em quadra nesta edição. A situação do craque Felipe Tosetti, recém recuperado de uma exaustão muscular, também preocupa. O jogador apresenta fortes dores na costela. Não se sabe se a origem da lesão foi em decorrência de um choque na última partida, ou devido ao intenso trabalho individual que o atleta vem desenvolvendo em uma academia da cidade para ganho de massa muscular. A equipe pretende negociá-lo futuramente com o futebol europeu.

O MBP vai a quadra com: Goleiro: Cícero. Fixo: Mateus. Alas: Renan, Marco Túlio, Pablo e Felipe Tosetti. Pivôs: Giovanni e Vitor Vizeu.

Polêmica
Emílio Silva continua sem aparecer na sede do clube. O atleta quem vem sendo alvo constante de polêmicas por sua luta contra a balança (apresentou-se 10 quilos acima do peso na pré-temporada), agora sofre com boatos sobre suas noitadas. O jogador tem sido visto freqüentemente em uma boate de strip-tease localizada na Avenida Brasil, Centro. A situação vem criando racha no elenco, alguns jogadores já pedem o afastamento do atleta.

Patrocínio
Se em quadra as notícias não são animadoras, fora dela há boas novas. O clube esta próximo de fechar um patrocínio com uma escola de idiomas local. O nome da instituição e os valores seguem em sigilo, mas finalmente o sonho do uniforme próprio, ao que parece, está próximo de ser realizado.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

CERVEJARIAS ARTESANAIS RESSURGEM NA CIDADE


por Ana Luíza Rezende & Carolina Azevedo
O que te faz ir a um barzinho? Um bom tira gosto, talvez, um ambiente confortável, boas companhias. O curioso é que agora, apesar de ser minoria, um número crescente de pessoas se desloca do centro para ambientes mais distantes em busca de uma cerveja diferenciada, sofisticada e caseira.
Apesar de ainda estarem se popularizando, as cervejas artesanais caíram no gosto de muitos e é vista como uma bebida irreverente. Existem muitos apreciadores que garantem não trocar as “loirinhas sofisticadas” por nenhuma pilsen.
Hoje está muito mais acessível não só o consumo das cervejas artesanais, como o aprendizado para produzi-las. Muitos sites disponibilizam um mini curso on line sobre sua produção, bem como cervejeiros conceituados promovem cursos presenciais para ter uma ideia sobre essa fabricação. Daí vai da habilidade, bom paladar e disponibilidade de cada um na hora de produzir a sua própria cerveja, de forma a diferenciar de todas as demais.
A HISTÓRIA
A cerveja é uma das bebidas mais antigas, com sua história datando de 6 mil anos AC, sendo registrada em escritas do Iraque ancestral.Na Europa Medieval,a produção e o consumo da cerveja eram altas,e popular entra as classes baixas da sociedade, principalmente pela dificuldade que havia de se encontrar água limpa e pura para beber,eles bebiam então cervejas.
O que essas cervejas têm de diferente, é o seu modo de produção. Enquanto acerveja Pilsen,também conhecida como Larger, que é a cerveja padrão de consumo do brasileiro, possui baixa fermentação – variando sua temperatura de 10ºC a 12ºC,a cerveja artesanal, chamada de Ale, é feita sob alta fermentação – que varia entre as temperaturas de 18ºC e 21ºC.
É a fermentação que caracteriza o sabor da cerveja, deixando-a mais refrescante e fraca, ou com um sabor mais forte e marcante.
A cerveja artesanal é composta basicamente por água, molti (cevada), lúpulo e levedura (o açúcar que originará o álcool). Esse lúpulo costuma vir da Tchecoslováquia ou da Bélgica, é essa importação que encarece ainda mais o preço da cerveja.
Seu teor alcoólico depende da densidade do extrato de açúcar. A média das cervejas da casa é 5%. O fermento que controla. Eles oferecem uma cerveja com 12% de teor alcoólico, seu sabor é muito próximo do whisky.Isso se deve ao molti defumado escocês presente na sua produção.Essa cerveja é exclusividade da casa.A produção dessas cervejas dispensam o uso de conservantes.E Antero ainda garante que essas cervejas não provoca ressacas.
CERVEJARIAS EM JUIZ DE FORA
As cervejarias artesanais fazem parte da história de nossa cidade desde o século XIX, quando havia nove fábricas locais que produziam essas cervejas. Porém não sobreviveram à concorrência dos grandes produtores.
Nos últimos cinco anos vem surgindo novas cervejarias em Juiz de Fora, trazendo de volta a antiga tradição vinda com colonos alemães dos séculos passados.
A cidade conta até com profissionais do ramo que ensinam todo o processo de produção para os interessados. Norberto Herrero é um desses profissionais que dentre seus vários aprendizes, ensinou Antero Fernandes, dono da Pizzaria Artezannale, a produzir sua própria cerveja. E o resultado deu certo.
Antero Fernandes, além dos ensinamentos de Norberto, foi buscar outros cursos em Portugal para aprimorar suas técnicas. Após137 cervejas experimentais, ele chegou à receita perfeita, exclusiva da casa. Antero afirma que seu o diferencial de sua receita foi ter conseguido adaptar o sabor de sua cerveja ao clima brasileiro, dando mais leveza.“Nas suas origens européias, ela é mais forte, devido ao clima frio dos países. O brasileiro não agradaria muito desse sabor”.
Na casa são servidos três tipos de cervejas: Shara: a cerveja branca, Salomé:a cerveja vermelha e Sabá: a cerveja preta.Antero explica a razão dos nomes femininos à “escolhi nomes de mulheres porque desde antigamente a cerveja é ligada à guerra e ao amor ”
PÚBLICO
Segundo estatísticas, apenas 6% dos brasileiros têm o costume de consumir as cervejas artesanais, mas apesar dos preços mais caros, esse número está crescendo.
Esse seleto público diz apreciar uma cerveja mais refinada, concentrada e saborosa. Marcos Antonio Soares, servidor público e apreciador dessa bebida diz: “ A maioria das pessoas aqui em Juiz de Fora saem para conversar e a cerveja é um acompanhamento. No meu caso, eu saio para apreciar as cervejas artesanais, e a conversa é o acompanhamento."Uma característica da maioria dos consumidores da cerveja caseira, que valorizam muito sua apreciação.
Muito dos produtores, como o Antero da Artezanalle, presam pela qualidade e não quantidade. Portanto, sempre produzirão em uma quantidade menor e servirão para aquele público menor, mas fiel. Assim como outros produtores que não têm a ambição de fabricar a cerveja artesanal em larga escala, limitando a expansão de consumidores.
Em contrapartida, outros produtores como do chopp artesanal Antuérpia têm a intenção de alargar essa escala, e levar a todos os públicos o gosto da bebida caseira.
Existem até comunidades em sites de relacionamentos que reúnem apreciadores, fabricantes amadores e especialistas em cerveja artesanal. Gustavo Teixeira, um dos participantes da comunidade virtual, Cerveja Artesanal, existente desde 2004, diz que quando entrou na comunidade era exclusivamente porque apreciava a cerveja artesanal, mas que lendo os tópicos percebeu como ele poderia investir também na produção da bebida. Hoje é um produtor de cerveja caseira em um restaurante em Ribeirão Preto.
As cervejas industriais crescem a um fator de 3% a 4% ao ano. Já as artesanais crescem de 14 % a 15%, o que indica um mercado e um público consumidor em evidência.
Parte desse público como é o caso de Mariana Guimarães, estudante de direito, não gostavam da cerveja industrial, mas agora já incluíram a cerveja artesanal no seu cardápio, principalmente quando é para acompanhar sobremesas e pratos especiais. Quando vai ao Boi na Curva, no bairro Santa Terezinha, não dispensa a cerveja desenvolvida por Cristian Rocha para acompanhar os caldinhos.
Conheça mais as cervejarias de JF:
Artezanalle Pizza Rústica: Rua Aurora Tristão, 166 - Bandeirantes. Tel.: (32) 3221-9970Boi na Curva: Rua Luíza Rocha, 117- Sta Terezinha. Tel: (32) 3224-3043Cervejaria Barbante: Av. Senhor dos Passos, 1531- São Pedro. Tel.: (32) 3231-2879Mr. Tuga’s: Rua Otília de Souza Leal, 310- Nova Califórnia. Tel.: (32) 3233-0036

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Platéia no Teatro Brasileiro

Trabalho dos alunos: Márcio H. Silva e Emílio P. Silva


“A PLATÉIA DO TEATRO BRASILEIRO”
Uma das mais antigas platéias da história, desde a Grécia Antiga o teatro encantou e encanta bilhares de pessoas em todo o mundo por mais de 2000 anos. Atenta para as revelações e desfechos de inúmeras histórias, a platéia de crianças, senhoras e senhores aplaudem obras milenares que até os dias atuais são representadas em diversos palcos do planeta. No entanto, nossa reportagem propõe um tema que busque um perfil para a platéia do teatro brasileiro, no que ela procura e sua participação.
Historicamente, há uma tentativa dos “fazedores” teatrais no Brasil em resgatar a platéia perdida com a elitização ocorrida depois da década de 60. O Regime Militar teve papel fundamental nesta mudança quando impediu as produções com linguagens mais populares e próximas da realidade brasileira naquele período, fazendo com que o teatro se distanciasse da população de renda mais baixa no país.
Os anos 70 e 80 talvez pela situação política e financeira, abriram espaço para as grandes e caras produções, promovendo desta forma a diminuição de público, a dificuldade ao acesso para as camadas menos privilegiadas e disseminou a idéia de que teatro era uma arte para os ricos. Foi neste período também, que tão logo percebida a falência de público nos espetáculos, começaram as campanhas das “kombis” os movimentos federativos, de grupos etc; na preocupação de novamente “a curto prazo” popularizar a arte.
Os artistas de teatro, principalmente os fazedores dedicados à arte teatral pura, no caso os mais prejudicados com a crise, viram esvaziar os seus teatros e bolsos, impedindo em muitos casos a continuidade do trabalho. A ascensão da televisão e a multiplicação deste aparelho em todos os lares também “prendeu” em suas poltronas domésticas o expectador do teatro e em seguida a evolução técnica com vídeo cassete, DVDs entre outros,fatores que levaram à decadência do público teatral, sem entrar nos detalhes da queda da qualidade dos trabalhos, que sem dinheiro, sem investimento, sem políticas públicas para a cultura e sobretudo sem motivação dos seus fazedores, também não favoreceram na questão de preservar ou aumentar a platéia.

Pontos de Vista – Progresso e as pedras no caminho
“No Brasil, infelizmente, algumas pessoas costumam dizer que cultura é privilégio de ricos; e pobre gosta de futebol e fofoca. Tolice pura! Estamos caminhando para uma platéia mais diversificada e crítica”. Observa Carla Lins – professora de Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela confirma a presença de pessoas das mais variadas classes sociais em eventos teatrais em todo o país. Afirma que estamos progredindo, “a platéia está aprendendo não só a assistir espetáculos, mas como se faz teatro”. Atualmente o artista sobe no palco com a cobrança de uma platéia mais atenta e exigente.
Promoção de festivais e popularização do teatro, como exemplo, Juiz de Fora, que por alguns anos abraça esta causa, dá possibilidade a todos os seus cidadãos assistir diversos estilos teatrais, julgamento e formatação do espetáculo (montagens de cenários, iluminação e etc) com preços acessíveis. e até mesmo gratuitamente. Isso ocasiona um maior conhecimento à platéia, deixando-a familiarizada com os atos e interpretações.
Poucas são as pessoas que possuem olhar técnico num espetáculo, no entanto, encontramos algumas “figuras carimbadas”, que possuem uma visão crítica, tais como artistas, diretores, produtores e agora algumas pessoas que pagam seus ingressos. “Não é por causa de dinheiro, o teatro esta ao alcance de todos com preços bem interessantes, o que falta é a platéia aderir às artes cênicas como um costume”.
De outro lado, nossa reportagem conversou com o ex-Secretário de Cultura e também organizador do FACE (Festival de Artes Cênicas) de Conselheiro Lafayete, o Sr Geraldo Lafayette, que acrescenta: “Atualmente no Brasil temos dois perfis de platéia. A platéia que paga pra ter uma opção de lazer e que está principalmente nas grandes cidades onde as produções são feitas através das leis de incentivo, do investimento de grandes empresas e com atores, atrizes, diretores e técnicos um tanto mais preparados para produzir o que está no gosto do público brasileiro. Teatro cheio ou tem algum ator “global”, ou cenas de sexo explicito, gente nua, ou peças onde o “besterol” corre solto, sem nenhum critério, sem nenhuma função, que não fazer rir e ocupar uma ou duas horas daqueles que pagam para assistir a sua própria ridicularização” -uma platéia menos exigente. Um outro perfil ainda bem menor, é aquele que busca no teatro a expressão de vida ou da vida que lhe é peculiar. Nas grandes cidades poucas produções neste sentido. E estas poucas, acabam “morrendo na praia” com pouca vida útil, uma vez que atrair público que a banque é quase impossível.
Tem a platéia das chamadas “campanhas de popularização” onde fica possível avaliar o que a ela gosta de ver. Paralelo esta classe, colocamos também o público no interior, que tem perfil ligado ao público do país, porém há tempos está cerceado de bons espetáculos, uma vez que não é vantajoso pra uma companhia, viajar por cidades onde os espaços estão abandonados, sem estrutura e com muito pouca sensibilidade de apoio e participação neste tipo de atividade. Resistem em algumas cidades, grupos que “garimpam” um público com suas produções parcas, pobres, amadoras que mesmo não tirando seus valores, colocam em risco o resgate da platéia que muitas vezes principiante, julga o teatro pela única peça (ruim) que vê. Daí não volta mais. E neste ponto julgar quem? Quem é o culpado? O melhor seria não fazer? Ou fazer melhor? E neste último caso, fazer melhor como? Com que informação? Com que recurso?
E no final desta produção, quanto tempo dura uma temporada de uma destas peças produzidas no interior, com a platéia que uma cidade de 30, 40 mil habitantes tem? Enfim, o perfil da platéia brasileira é este. Um povo que ainda não conhece o Teatro que tem ou o Teatro que pode ter.

Vá ao teatro
Como atrair a platéia? Em tempos de televisão e internet, é preciso buscar alternativas e vencer as altas tecnologias. Até então, é relevante indicar o interesse da platéia para um espetáculo que lhe traga uma troca, ou seja, conteúdo, diversão ou até mesmo os dois.
Como indicar o perfil da extensa platéia brasileira? Em contato com várias pessoas da área, notamos que é unânime indicar uma platéia com tendências televisivas. O uso de atores e atrizes famosos. Inclusive, alguns espetáculos tornaram-se televisivos, exemplo de Sai de baixo e Toma Lá, da cá da Rede Globo de Televisão. É lógico que não podemos afirmar que 100% da platéia tem esse interesse, mas uma boa parcela dela sim.
Segundo o produtor da Cia Ribalta de Atores da cidade de Juiz de Fora, Mário Galvanni, o que atrai a platéia ao teatro vai além. Um público intelectualizado, que aprecia um espetáculo de qualidade (técnica, cênica), que tenha uma sensibilidade aguçada e análise cultural e profunda, conforme a proposta do espetáculo, tem um acompanhamento ímpar (pontual, interessado, atento e crítico). Há aquela platéia, que busca a diversão, o entretenimento, o relaxamento, o que torna um trabalho bem comercial para uma Companhia ou Grupo de Teatro. Ir ao teatro, requer uma conquista, um interesse.
A platéia é atraída pela propaganda. Anúncios, um excelente material, colorido, chamadas em rádios, jornais, internet e até mesmo em TV, se possível. O principal é a montagem de um excelente espetáculo, independente de seu estilo. “Nada impede que a platéia se divirta assistindo Shakespeare. Desde que a montagem tenha isso como objetivo. Quem tem que pensar é o ator, ou o fazedor de teatro. Ao pensar num texto, num espetáculo, pense antes em para quem você quer montar. Não faça teatro para você. Faça para quem vem assisti-lo” – Carla Lins (Professora Artes Cênicas UFRJ).
“Acredito que nós temos gente pra ser platéia de qualquer estilo ou categoria. Crianças por exemplo, deveriam ser platéia de infantis. E acredito nesta categoria como uma mola propulsora para se construir uma nova platéia futura. A geração que hoje representam os pais das nossas crianças, é filha de um período de estagnação do Teatro Brasileiro, principalmente nas cidades do interior. Cabe aos privilegiados atores atuais, ganhar ou criar oportunidades para que as crianças de hoje se tornem a nossa platéia de amanhã. E aí, está em nossas mãos escolher pra elas, as crianças, o estilo que apreciarão mais tarde. Se nossos infantis forem produzidos de forma irresponsável, sem compromissos pedagógicos, didáticos, sociais, literários, morais; nossas crianças serão platéias dos espetáculos vazios, descompromissados com o conteúdo e a técnica” – Álvaro Barcellos, ator e produtor da Cia Cênica Nau de Ícaros – São Paulo (SP)..


Enquete
Nossa reportagem foi ao centro de Juiz de Fora e perguntou a diversas pessoas sobre a popularização do teatro.
- Você acha que o teatro está popularizando?
Responderam que sim 74%
Responderam que não 26%
Fontes consultadas: 20 pessoas no centro da cidade.
Expedito de Assis, 57 anos, auxiliar de saúde.
Sim. Freqüento os espaços culturais de Juiz de Fora e vejo que o público tem crescido muito.

Paulo Henrique de Oliveira, 40 anos, comerciante.
Sim. Sempre vêm bons grupos se apresentarem aqui.

Marceli Silveira, 22 anos, estudante.
Sim. O preço é bacana e sempre que posso venho com as amigas.

Claudio Eduardo da Silva. 27 anos, representante comercial.
Não. Ainda falta atingir a periferia.

A platéia – 7 minutos
Um espetáculo que pode explicar um fio da atual platéia brasileira é a comédia de Antônio Fagundes,”7 minutos”. Trata de uma comédia divertidíssima e inteligente sobre uma noite em que algumas tosses interrompem a peça Macbeth de Shakespeare. Possuído, o ator já velho de carreira, resolve fazer um acerto de contas com a platéia, o que não vai ser fácil. Elenco e espectadores partem para um insólito embate em que o que está em questão é o amor ao teatro e as diferentes formas de vivê-lo.
De repente, um Macbeth interrompido... o ator irritado “vira a mesa”, denunciando o público sem pena e nem pudor enquanto conta um pouco da história do teatro, da realidade da televisão e da tristeza que cabe nos nossos sete minutos de cada dia. Quem nunca ficou irritado com os "pequenos" barulhos e interrupções que fazem parte da platéia em um espetáculo? Celular, papel de bala, conversas, tosses, alguém chegando atrasado... uma lista interminável. E, se você se incomoda, imagine quem está no palco! Segundo o próprio autor, Antônio Fagundes, relatado no DVD do espetáculo (2002, Globo Filmes), tudo o que ocorre na peça é baseado em fatos acontecidos com ele.
O espetáculo foi interpretado recentemente pela Atuar_te – Cia Teatral da Universidade Federal de Viçosa no 5º Festival de Teatro de São João Nepomuceno e recebeu 7 prêmios, entre eles, o segundo lugar geral e melhor espetáculo pelo Júri Popular. Interessante, a platéia, alvo do espetáculo, deu ao grupo umas das principais premiações do evento. Na saída do teatro, perguntamos a platéia sobre a peça, as respostas em sua maioria indicaram tratar de um espetáculo divertido e de muita reflexão.
A Sra Dalila Freitas, 62 anos, aposentada, gostou muito do que assistiu e assumiu que já cometeu vários escorregões citados em “7 minutos”. “Foi uma prestação de contas com a platéia, o ator (Fabrício Henrique) é excelente e passou o texto de uma forma clara e sem ofensas. De certa maneira fiquei envergonhada, não estamos na sala de casa, deitados no sofá, comendo biscoitinhos e com o controle remoto na mão, é arte, é teatro. A platéia faz parte disso tudo. Aprendi que se comportarmos a altura do espetáculo teremos o melhor – disse Dalila à nossa reportagem.
Fabrício Henrique disse que depois de interpretar “7 minutos” percebeu a verdadeira função de uma platéia. Confessa nunca ter dado muita atenção a esse fato e que acreditava ter uma quarta parede entre o palco e as cadeiras do teatro. Mas confessa que o espetáculo é tudo, inclusive a platéia. “É dela que se tem o retorno, não somos TV que medimos audiência, somos teatro, sentimos emoções que vem de nosso público. A nossa proposta é ajudar o teatro, não somente nossa apresentação. Queremos que todas as pessoas que nos assistem aprendam um pouco e usem as boas maneiras de comportamento de platéia para o resto de suas vidas". – disse Fabrício Henrique Figueiredo, ator e diretor Atuar_te – Cia Teatral (UFV).

Conversa
Conversamos com Wesley Azalim, encarregado do Pró-Música (Juiz de Fora) e discutimos alguns assuntos sobre platéia. Ele enriqueceu nossa reportagem passando sua experiência naquele espaço cultural.
Qual é o estilo teatral que tem recebido o maior público?
Wesley - Com certeza é a comédia.
Qual é o comportamento dessa platéia?
Wesley - muito bacana, é cada vez mais jovem e participa quando é proposto.
Este espaço participa da valorização do cinema?
Wesley - Sim. Sempre a partir de janeiro começa a campanha de popularização do teatro pela prefeitura e este espaço é cedido.
Que tipo de público freqüenta mais o teatro atualmente?
Wesley - Olha, depende da peça e do espaço. Aqui o povão tá freqüentando mais, pois, o preço é sete reais, bem acessível.

A platéia é quem manda
Improvisos. Nos últimos anos, o improviso tem sido um novo estilo apreciado por várias platéias no Brasil e no mundo. O público exerce interrupções e opiniões para aquilo que será apresentado, com escolhas de temas e participações nos palcos. A idéia começou em barzinhos, restaurantes e hoje ganhou palcos de todo o país. Carla Lins afirma que muito do sucesso dos improvisos devem aos avanços tecnológicos, TV’s Digitais, Internet no qual o usuário tem o domínio total das ações a serem seguidas. O fato de escolher o que se quer, remete a platéia um bem estar na escolha de temas e situações. Mas o lado negativo desse estilo é o excesso de liberdade proposta pelos artistas, fazendo com que o espetáculo perca qualidade, apresentando palavrões e babozeiras intermináveis. Enfim, uma perda irreparável de tempo e intelectualidade para a platéia.

“Desconsidero improvisos e stand’up como teatro. É preciso ter técnica avançada de improviso e muito “time”, é elogiável, mas em termo de arte, fica longe do que esperamos assistir”. – Lucas Menezes – diretor Cia Teatral Rastro dos Astros – Ubá MG.

O estilo traz muitas pessoas para as platéias, inclusive existem programas de TV em canal aberto. A Rede Bandeirantes apresenta "Tudo é improviso" com um auditório bem animado, banda musical e um programa repleto de brincadeiras. É bem aceito por parte de um público jovem, em média de 15 a 30 anos de idade. E a audiência da emissora é satisfatória no horário.

"Temos uma platéia sem definição. A cada lugar que apresentamos em Juiz de Fora e região encaramos uma platéia diferente. Ficamos ansiosos para saber o que eles realmente procuram e às vezes nem descobrimos. Gosto de fazer os espetáculos em teatros, pois em bares e restaurantes nos deparamos com pessoas embriagadas e conversando junto com a nossa apresentação". - disse Fabrício Sereno, ator e diretor do Grupo Improvício de Juiz de Fora.


Aplausos

De alguma forma o povo brasileiro convive com as dificuldades todos os dias e sendo o “Teatro - o duplo da vida”, muitas vezes as pessoas não gostam de se ver novamente e trazer pra si o reflexo de todas as suas angustias. Este fator leva a crer que a maioria do público teatral prefere assistir às comédias onde o pensamento e o raciocínio não são forçados e não sai do teatro pensando em como dar continuidade à sua vida. O que deveria acontecer. Mas, é preciso dizer que quem faz a sua platéia é o ator, o diretor, o produtor, então é possível achar na vida do brasileiro muitas coisas boas, bonitas, alegre, divertida, feliz e importante. Miremos em nossa literatura, nas nossas cidades, nas nossas histórias, na nossa música. Por que o Teatro precisa ser banalizado? Tem como fazer a platéia brasileira se encantar pelo Brasil e por si mesmo; o segredo da platéia está no “como” transpor para o palco, a cena brasileira. A platéia quer ver o seu poder de Teatralidade. Se o espetáculo for bom, teremos platéia pra ele.

Reportagem Final

O obstáculo é o governo

Skatistas de Juiz de Fora têm que fazer verdadeiras manobras para conseguir praticar o esporte


Aparecida Ferreira

Renan Vieira

Vitor Vizeu


Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Pelo menos no Brasil, a grande maioria dos jovens já sonhou. O futebol foi eleito por unanimidade paixão nacional e, consequentemente, é o que mais atrai a atenção dos brasileiros. Na contramão desse cenário, outro esporte vem batalhando seu espaço. Há tempos visto como marginal, hoje o skate esta em terceiro lugar no ranking dos mais praticados. Em Juiz de Fora a história não é diferente. No entanto, mesmo com o crescente número de adeptos, o esporte ainda não recebe a atenção merecida e as condições para a prática continuam precárias.

Ao contrário do incentivo que cidades como São Paulo recebem, os skatistas de Juiz de Fora ainda sofrem com o descaso dos órgãos públicos responsáveis pelos esportes. Como forma de obter visibilidade, praticantes criaram uma associação que pudesse representá-los perante as autoridades. A Associação Juizforana de Skate, AJS, surgiu com esta finalidade, e conseguiu algumas melhorias durante os dez anos de sua existência. Mas quando se trata de reivindicações perante os governantes o caminho não é tão fácil.

Mobilização dos skatistas não faltou. “Em 1999, fizemos uma Audiência Pública na câmara para reivindicarmos a construção de pistas em áreas de lazer dos bairros da cidade. Foi o primeiro passo para melhorar as condições do skate.” lembra Gabriel dos Santos Rocha, o Biel, ex-deputado e um dos fundadores da AJS. Dessa audiência foram colhidos alguns frutos, porém sem a eficiência desejada.




Muitos projetos e pouca execução

Quando o projeto de construção de espaços destinados aos skatistas foi aprovado na Câmara Municipal, Frederico Batitucci Halfeld e Willian Gonçalves Ribeiro de Castro, arquiteto e engenheiro, respectivamente, projetaram as pistas e as plantas foram entregues à Prefeitura para que fosse executada a obra. “O Fred era o cara perfeito para fazer aquelas plantas, porque ele também é skatista, sabe bem qual é a nossa necessidade”, afirma Diogo Groselha, atual presidente da Associação.

A execução não foi fiel ao planejamento e o resultado pode ser visto hoje. As pistas estão em péssimas condições, esburacadas, sem proteção e fora da metragem indicada. Carlos Henrique, o Tutuca, morador da zona norte de Juiz de Fora e skatista, afirma que, do jeito que as pistas estão, é impossível praticar o esporte. Como ele, outros praticantes reclamam dos problemas encontrados.

Conseqüência disso é o aumento de skatistas andando nas ruas da cidade, principalmente no Centro. Isso representa um risco não só para o praticante, mas também para os pedestres e outros automóveis. O presidente da Associação afirma que, devido ao tempo que pratica o esporte, já adquiriu a experiência necessária para andar em meio do trânsito, mas ele se preocupa com os novos praticantes, que ainda não possuem esta experiência, e podem sofrer acidentes.

A população acaba não se preocupando tanto com o esportista, dando foco para outros problemas, como perder o retrovisor, arranhar a lateral do carro e até mesmo com o barulho e danificações nas calçadas e portarias de prédios. Não deixam de ser problemas importantes, mas a atenção também deveria ser voltada para o skatista. “Até entendo que eles não têm lugar para andar, mas rua não é lugar de skate.” diz Letícia Araújo, estudante. O skatista Gláucio Silva, o Xuxa, conta que já sofreu acidentes por estar andando na rua. “Os carros às vezes não conseguem enxergar, já caí e me arranhei todo, por sorte não foi nada grave”. Geralmente o esportista não usa os equipamentos de proteção, o que aumenta ainda mais os riscos. “Se as pistas estivessem em boas condições, não haveria tanta gente andando de skate nas ruas, e os acidentes poderiam ser evitados”, reafirma Diogo Groselha.


Aumento do número de skatistas pode ajudar conseguir melhorias para o esporte

Os números revelam, em pesquisa realizada pela Datafolha, que hoje no Brasil mais de três milhões e oitocentos e sessenta mil pessoas andam de skate. Os dados mostram que houve um aumento de 20% em relação ao último levantamento, realizado em 2006 também pela Datafolha, que apontava a média de três milhões e duzentos mil skatistas. A Confederação Brasileira de Skate, CBSk, órgão máximo do skate brasileiro, espera que o esporte atinja a marca de quatro milhões de praticantes no final de 2010.

O aumento do número de skatistas traz benefícios claros para a evolução do esporte no Brasil. “Ao identificar o aumento do número de praticantes, teremos mais argumentos para defender projetos de melhoria para o Skate, junto ao poder público ou a patrocinadores em potencial. O resultado faz com que aumente a responsabilidade e até o dever dos governos (federal, estadual e municipal) em investirem em políticas públicas voltadas para o Skate,” avalia Marcelo Santos, presidente da CBSk.

A falta de infra-estrutura para a prática esportiva não é um problema exclusivo de Juiz de Fora. Apesar do cenário positivo, resultado da melhora da realidade econômica do país e do aumento do poder de compra da população, ainda há muito ser feito para que o skate continue evoluindo como esporte. O número total de pistas no país é de 1024, de acordo com a fonte mais recente do Guia de Pistas da CEMPORCENTOSKATE de 2006, quantidade que não acompanha o número de praticantes no país.

“Um dos fatores que dificulta o crescimento do número de pistas na mesma proporção que o número de praticantes, é que geralmente se trata de obras públicas realizadas por prefeituras ou governos estaduais. E como sabemos, no nosso país, a execução de qualquer obra pública é muito demorada e burocrática, o que às vezes faz com que uma pista demore anos para sair do papel, até ser inaugurada”, analisa Marcelo Santos.


Prefeitura diverge de skatistas em relação ao investimento


Não existe um levantamento com o número de skatistas de Juiz de Fora. A AJS estima que a cidade tenha algo em torno de quatro mil praticantes. A Secretaria de Esportes de Juiz de Fora afirma que não tem esses dados. A mesma secretaria diz que a cidade conta com pistas que abrangem toda a região. Quanto aos investimentos, há divergência de opiniões entre praticantes e Prefeitura. “O skate é o esporte urbano mais equipado da cidade. Em toda parte existe um local para a prática do skate. E todos os projetos de futuras praças, quando a área é grande, há projeto de pista de skate, que agora, após contato da AJS, será acompanhada por um engenheiro experiente em construção de pistas de skate. No esporte ciclismo, por exemplo, não possui nenhum local destinado para sua prática, já que a cidade não comportaria uma ciclovia na região central.” explica Fabiana Duarte, responsável pelo setor Supervisão de Esportes Radicais, de Aventura e ligados à Natureza, vinculado à Secretaria de Esporte e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora.

Perguntada sobre a segurança na prática do skate na cidade, Fabiana afirma que “a prática de qualquer esporte requer o uso de equipamento de proteção individual, os EPI, cada um dentro de suas especificidades. Os EPI necessários para a prática do skate são: capacete, joelheiras e cotoveleiras. Acredito que a maioria dos praticantes não use. E quanto ao local de prática, acredito que a maioria utilize os destinados para tal, ou outros seguros, como praças e áreas sem movimentação de veículos.”.

Skatistas de Juiz de Fora e governo concordam que há, sim, a necessidade de reforma e construção regulares das pistas de skate da cidade, porém nada parece estar sendo feito. Resta agora mobilização dos órgãos responsáveis. Os skatistas prometem não descansar enquanto o problema não seja resolvido. A arte de superar obstáculos é especialidade deles.