quinta-feira, 8 de julho de 2010

CERVEJARIAS ARTESANAIS RESSURGEM NA CIDADE


por Ana Luíza Rezende & Carolina Azevedo
O que te faz ir a um barzinho? Um bom tira gosto, talvez, um ambiente confortável, boas companhias. O curioso é que agora, apesar de ser minoria, um número crescente de pessoas se desloca do centro para ambientes mais distantes em busca de uma cerveja diferenciada, sofisticada e caseira.
Apesar de ainda estarem se popularizando, as cervejas artesanais caíram no gosto de muitos e é vista como uma bebida irreverente. Existem muitos apreciadores que garantem não trocar as “loirinhas sofisticadas” por nenhuma pilsen.
Hoje está muito mais acessível não só o consumo das cervejas artesanais, como o aprendizado para produzi-las. Muitos sites disponibilizam um mini curso on line sobre sua produção, bem como cervejeiros conceituados promovem cursos presenciais para ter uma ideia sobre essa fabricação. Daí vai da habilidade, bom paladar e disponibilidade de cada um na hora de produzir a sua própria cerveja, de forma a diferenciar de todas as demais.
A HISTÓRIA
A cerveja é uma das bebidas mais antigas, com sua história datando de 6 mil anos AC, sendo registrada em escritas do Iraque ancestral.Na Europa Medieval,a produção e o consumo da cerveja eram altas,e popular entra as classes baixas da sociedade, principalmente pela dificuldade que havia de se encontrar água limpa e pura para beber,eles bebiam então cervejas.
O que essas cervejas têm de diferente, é o seu modo de produção. Enquanto acerveja Pilsen,também conhecida como Larger, que é a cerveja padrão de consumo do brasileiro, possui baixa fermentação – variando sua temperatura de 10ºC a 12ºC,a cerveja artesanal, chamada de Ale, é feita sob alta fermentação – que varia entre as temperaturas de 18ºC e 21ºC.
É a fermentação que caracteriza o sabor da cerveja, deixando-a mais refrescante e fraca, ou com um sabor mais forte e marcante.
A cerveja artesanal é composta basicamente por água, molti (cevada), lúpulo e levedura (o açúcar que originará o álcool). Esse lúpulo costuma vir da Tchecoslováquia ou da Bélgica, é essa importação que encarece ainda mais o preço da cerveja.
Seu teor alcoólico depende da densidade do extrato de açúcar. A média das cervejas da casa é 5%. O fermento que controla. Eles oferecem uma cerveja com 12% de teor alcoólico, seu sabor é muito próximo do whisky.Isso se deve ao molti defumado escocês presente na sua produção.Essa cerveja é exclusividade da casa.A produção dessas cervejas dispensam o uso de conservantes.E Antero ainda garante que essas cervejas não provoca ressacas.
CERVEJARIAS EM JUIZ DE FORA
As cervejarias artesanais fazem parte da história de nossa cidade desde o século XIX, quando havia nove fábricas locais que produziam essas cervejas. Porém não sobreviveram à concorrência dos grandes produtores.
Nos últimos cinco anos vem surgindo novas cervejarias em Juiz de Fora, trazendo de volta a antiga tradição vinda com colonos alemães dos séculos passados.
A cidade conta até com profissionais do ramo que ensinam todo o processo de produção para os interessados. Norberto Herrero é um desses profissionais que dentre seus vários aprendizes, ensinou Antero Fernandes, dono da Pizzaria Artezannale, a produzir sua própria cerveja. E o resultado deu certo.
Antero Fernandes, além dos ensinamentos de Norberto, foi buscar outros cursos em Portugal para aprimorar suas técnicas. Após137 cervejas experimentais, ele chegou à receita perfeita, exclusiva da casa. Antero afirma que seu o diferencial de sua receita foi ter conseguido adaptar o sabor de sua cerveja ao clima brasileiro, dando mais leveza.“Nas suas origens européias, ela é mais forte, devido ao clima frio dos países. O brasileiro não agradaria muito desse sabor”.
Na casa são servidos três tipos de cervejas: Shara: a cerveja branca, Salomé:a cerveja vermelha e Sabá: a cerveja preta.Antero explica a razão dos nomes femininos à “escolhi nomes de mulheres porque desde antigamente a cerveja é ligada à guerra e ao amor ”
PÚBLICO
Segundo estatísticas, apenas 6% dos brasileiros têm o costume de consumir as cervejas artesanais, mas apesar dos preços mais caros, esse número está crescendo.
Esse seleto público diz apreciar uma cerveja mais refinada, concentrada e saborosa. Marcos Antonio Soares, servidor público e apreciador dessa bebida diz: “ A maioria das pessoas aqui em Juiz de Fora saem para conversar e a cerveja é um acompanhamento. No meu caso, eu saio para apreciar as cervejas artesanais, e a conversa é o acompanhamento."Uma característica da maioria dos consumidores da cerveja caseira, que valorizam muito sua apreciação.
Muito dos produtores, como o Antero da Artezanalle, presam pela qualidade e não quantidade. Portanto, sempre produzirão em uma quantidade menor e servirão para aquele público menor, mas fiel. Assim como outros produtores que não têm a ambição de fabricar a cerveja artesanal em larga escala, limitando a expansão de consumidores.
Em contrapartida, outros produtores como do chopp artesanal Antuérpia têm a intenção de alargar essa escala, e levar a todos os públicos o gosto da bebida caseira.
Existem até comunidades em sites de relacionamentos que reúnem apreciadores, fabricantes amadores e especialistas em cerveja artesanal. Gustavo Teixeira, um dos participantes da comunidade virtual, Cerveja Artesanal, existente desde 2004, diz que quando entrou na comunidade era exclusivamente porque apreciava a cerveja artesanal, mas que lendo os tópicos percebeu como ele poderia investir também na produção da bebida. Hoje é um produtor de cerveja caseira em um restaurante em Ribeirão Preto.
As cervejas industriais crescem a um fator de 3% a 4% ao ano. Já as artesanais crescem de 14 % a 15%, o que indica um mercado e um público consumidor em evidência.
Parte desse público como é o caso de Mariana Guimarães, estudante de direito, não gostavam da cerveja industrial, mas agora já incluíram a cerveja artesanal no seu cardápio, principalmente quando é para acompanhar sobremesas e pratos especiais. Quando vai ao Boi na Curva, no bairro Santa Terezinha, não dispensa a cerveja desenvolvida por Cristian Rocha para acompanhar os caldinhos.
Conheça mais as cervejarias de JF:
Artezanalle Pizza Rústica: Rua Aurora Tristão, 166 - Bandeirantes. Tel.: (32) 3221-9970Boi na Curva: Rua Luíza Rocha, 117- Sta Terezinha. Tel: (32) 3224-3043Cervejaria Barbante: Av. Senhor dos Passos, 1531- São Pedro. Tel.: (32) 3231-2879Mr. Tuga’s: Rua Otília de Souza Leal, 310- Nova Califórnia. Tel.: (32) 3233-0036

Um comentário:

Rodrigo Miranda disse...

Boa tarde!

Gostaria de dizer que Juiz de Fora já conta com o Circuito das Cervejarias Artesanais de Juiz de Fora, pacote exclusivo operado pela Verdeperto Ecoturismo (www.verdeperto.com)